O que esperar de uma cirurgia de grande porte
As cirurgias de grande porte, muitas vezes, envolvem os órgãos mais essenciais para o funcionamento do corpo. São todas aquelas associadas a uma perda sanguínea maior e com mais possibilidade de complicações durante e depois do procedimento.
Entre as principais cirurgias de grande porte, estão aquelas realizadas em órgãos abdominais e torácicos, no crânio e na coluna, as ortopédicas, as vasculares e o transplante de órgãos.
Ela é necessária no tratamento de doenças, como câncer, em caso de acidentes, entre outras situações. A cirurgia de grande porte envolve profissionais da saúde de diferentes especialidades nos cuidados antes, durante e após o procedimento.
Por se tratar desse nível de complexidade, existem riscos de lesão de órgãos vitais. Além disso, o histórico do paciente e as condições em que se realizam a cirurgia são determinantes para o sucesso da intervenção.
Quer saber o que esperar de uma cirurgia de grande porte e como passar por isso com segurança? É o que vamos abordar nesse post.
Tipos de cirurgia de grande porte
Em relação à urgência, a cirurgia de grande porte pode ser classificada em:
- Emergência: é aquela cirurgia em que o paciente corre risco de vida ou de perda funcional do órgão a ser operado. Em geral, deve ser realizada dentro de 6 horas após indicada. Em geral, não se aguarda jejum. Pode estar associada a uma grande hemorragia interna, por exemplo.
- Urgente: deve ser realizada no prazo de 24 a 48 horas após indicada. Geralmente, há um prazo curto para o preparo e o planejamento pré-operatório, como a realização de algum exame que seja importante para o diagnóstico ou o aguardo do tempo de jejum.
- Eletiva: são todas aquelas que podem ser planejadas com antecedência e adiada, se necessário, sem grandes prejuízos para o paciente.
O que esperar da cirurgia de grande porte
A cirurgia de grande porte é realizada em sala cirúrgica por uma equipe multidisciplinar de médicos, com equipe de enfermagem, fisioterapia e demais profissionais de saúde. Normalmente, necessita ser realizada em ambiente hospitalar com internação. Envolve algumas situações delicadas, tais como:
Anestesia
As cirurgias de grande porte geralmente são feitas com anestesia geral, ou combinadas com bloqueios regionais. O medicamento é aplicado na corrente sanguínea e o paciente fica desacordado, inconsciente. Desta forma, seu sistema respiratório fica mais lento, e portanto, é necessária a ventilação mecânica por meio de respiradores. Os órgãos vitais são afetados e os sinais de vida são monitorados constantemente pelo anestesiologista.
Dor
A maioria das cirurgias de grande porte está associada a incisões extensas ou são realizadas por um período cirúrgico bastante prolongado. Sendo assim, apresenta um grande potencial de dor pós-operatória.
O médico anestesista se preocupa com esse planejamento durante a anestesia, para que o pós-operatório seja o mais confortável possível. Para isso, podem ser realizados bloqueios ou podem ser utilizadas medicações para combater a dor e, assim, evitar o desenvolvimento de uma dor crônica.
Recuperação em UTI
Após a cirurgia de grande porte, o paciente fica pelo menos uma noite internado no hospital. A recuperação em UTI é necessária nas intervenções mais complexas, pois exige cuidados especiais, como em procedimentos muito extensos ou em pacientes muito debilitados.
Muitas vezes, o paciente necessita de suporte respiratório nas primeiras horas após a cirurgia e pode precisar ficar sedado e intubado na UTI.
Porém, sempre que possível, o paciente é encaminhado acordado, consciente e, dependendo da cirurgia, pode até se alimentar nas horas subsequentes após o procedimento.
Transfusão de sangue
Frequentemente é necessária quando o paciente passa por cirurgias de grande porte e que haja sangramento importante, como cirurgias cardíacas, ortopédicas, ou quando há hemorragias graves. Em casos de cirurgias eletivas, é possível fazer uma reserva do próprio sangue para ser utilizada no período intraoperatório, se necessário.
No planejamento pré-operatório, se houver indicação e grande possibilidade de necessidade de transfusão, o anestesiologista irá encaminhar o paciente ao banco de sangue para coleta de amostra para reserva e preparo de uma bolsa com testes compatíveis, realizados previamente.
Eventualmente, algumas cirurgias sem potencial de sangramento acabam necessitando de transfusão. O médico anestesiologista é treinado para detectar essa necessidade com uma certa antecedência, para que as provas de compatibilidade sejam feitas, mesmo com o paciente anestesiado e a cirurgia em andamento.
Acesso Venoso Central
O Acesso Venoso Central é a punção feita em veias calibrosas e com curto caminho ao coração. Permite a infusão de líquidos, como soro ou sangue em grande volume, além de medicações para manter a pressão arterial e nutrição parenteral.
O acesso central pode ser mantido por mais tempo, evitando-se a realização de várias punções. O procedimento deve ser feito por um por um médico, geralmente o anestesiologista, antes da cirurgia. Pode ser realizado em algumas veias, como a subclávia (localizada no tórax), a jugular (no pescoço) e a femoral (na região inguinal).
Punção arterial
Numa cirurgia de grande porte, é bastante comum que sejam necessárias várias coletas de sangue. Em pacientes críticos, também se faz a medida e o controle rígido da pressão arterial. Por isso, pode ser necessária a punção de uma artéria.
Geralmente, é realizada na artéria radial, que fica no punho, mas existem outros locais possíveis. É um procedimento que pode ser feito com uma anestesia local, em pacientes com condições de saúde mais graves, ou também após o paciente estar anestesiado.
Riscos de uma cirurgia de grande porte
As cirurgias de grande porte estão entre as que mais apresentam riscos, devido a sua complexidade e à intervenção em órgãos vitais.
São elas:
- Cirurgia cardíaca
- Cirurgia no pulmão
- Cirurgia no fígado, pâncreas e intestinos
- Neurocirurgias
- Cirurgias demoradas que podem apresentar hemorragia intensa
- Cirurgias urológicas
- Cirurgias extensas nos ossos ou articulações
Além da própria natureza da cirurgia de grande porte, existem outros fatores relacionados às condições do paciente que interferem no nível de risco. A idade avançada é um exemplo, pois geralmente a saúde dos idosos é mais frágil. No entanto, esse fator não é determinante. A possibilidade de complicações está mais relacionado ao estado de saúde geral do que à idade.
Entre os fatores que podem interferir no risco estão: histórico de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, AVC, desnutrição, doenças graves pulmonares ou no fígado, doença renal, sistema imunológico debilitado, diabetes e obesidade.
Estar ciente dos riscos é uma forma de evitá-los. Para isso, consulte seu médico e tire todas as suas dúvidas relacionadas ao procedimento. Para saber mais informações sobre cirurgias de grande porte, entre em contato com a gente e deixe seus comentários.