A fratura de quadril em idosos é uma das principais lesões dessa faixa etária. Isso se deve, principalmente, ao fato do risco de cair aumentar à medida que se envelhece. Esse problema é decorrente, principalmente, porque envelhecer pode tornar mais difícil andar com firmeza e manter o equilíbrio.
No geral, 3 a 4 em cada 10 pessoas com mais de 65 anos caem a cada ano. Muitas pessoas que fraturam o quadril nunca se recuperam totalmente de como eram antes da lesão. No entanto, existem diversos tratamentos atualmente que podem ajudar numa excelente recuperação do paciente, entre eles está a cirurgia.
Para o sucesso de toda intervenção cirúrgica ortopédica, a anestesia deve ser utilizada. Entretanto, a administração de anestésicos em pacientes idosos requer mais cuidado e atenção. Além disso, cada tipo de lesão pode precisar de um procedimento anestésico específico que seja melhor indicado para o tipo de fratura.
Continue lendo o artigo para descobrir como será a anestesia diante de uma fratura de quadril em idosos!
Alterações fisiológicas do idoso
O envelhecimento está associado a uma perda progressiva da reserva funcional em todos os sistemas orgânicos. No entanto, mesmo o idoso saudável tem uma reserva fisiológica reduzida, de modo que os sistemas orgânicos podem ser comprometidos durante a doença e/ou estresse cirúrgico. As mudanças fisiológicas afetam especificamente os cuidados anestésicos, para evitar complicações.
Veja, agora, algumas mudanças que ocorrem nos mais variados sistemas do organismo com a chegada da boa idade e como isso vai impactar na escolha de um anestésico para casos de fratura do quadril em idosos. Confira!
Sistema nervoso
Alterações relacionadas ao sistema nervoso resultam na modificação das respostas dos idosos aos anestésicos e outros medicamentos, e também afetam a percepção da dor. Assim, um paciente mais velho costuma ser mais sensível a determinados tipos de substâncias e as quantidades precisam ser usadas com cautela.
Sistema cardiovascular
Alterações normais no sistema cardiovascular do idoso influenciam as respostas fisiológicas à administração do anestésico, devido às oscilações da pressão arterial, as quais precisam ser bem controladas, enquanto o paciente está anestesiado;
Sistema respiratório
O envelhecimento normal do sistema pulmonar que diminui a reserva pulmonar geral pode levar à necessidade do aumento do trabalho respiratório durante a anestesia, podendo levar ao acúmulo de gases tóxicos no corpo, pois o pulmão fica com mais dificuldade para eliminá-lo com o tempo. Os idosos são mais suscetíveis ao comprometimento respiratório durante os cuidados anestésicos monitorados com sedação e durante os períodos pré e pós-operatório.
Avaliação anestésica do idoso
Diante de uma fratura de quadril em idosos que necessitem de uma intervenção cirúrgica, é necessário, antes de tudo, uma avaliação pré-anestésica, a fim de avaliar a saúde do paciente. A consulta anestésica pré-operatória inclui avaliação da presença e estabilidade de condições médicas e tratamento, além da análise de fragilidade desta pessoa.
Uma grande preocupação nesta faixa etária é se o anestésico escolhido irá desencadear alguma disfunção neurológica no paciente como delírio pós-operatório ou disfunção cognitiva pós-operatória. A grande discussão de diversos artigos gira em torno da escolha da anestesia geral e da raquianestesia. Vamos conversar um pouco sobre qual tipo é mais indicado no idoso.
Escolhendo a anestesia
Como conversamos, estes dois últimos tipos de anestésicos costumam ser os mais indicados para casos de fratura do quadril em idosos. A anestesia geral produz o relaxamento profundo do paciente, que perde sua consciência. Já a raquianestesia, é um tipo de anestésico local, injetado no liquor da coluna lombar, para anestesiar os nervos que saem da medula espinhal. A raquianestesia, também, é mais comumente usada para anestesia e/ou analgesia para uma variedade de procedimentos de membros inferiores, abdome inferior, pélvico e perineal.
E qual a melhor anestesia, afinal?
De acordo com alguns estudos, a escolha do anestésico para a cirurgia de correção de fratura do quadril em idosos não costuma influenciar no surgimento de disfunção cognitiva pós-operatória, ou seja, independente do tipo escolhido, não é determinado tipo de anestesia que será a responsável por desencadear esse problema.
No entanto, a raquianestesia costuma se mostrar uma ótima opção por reduzir o tempo de internamento do paciente, tendo um menor impacto no organismo do indivíduo e diminuindo as chances de complicações.
De toda forma, essa escolha irá depender de alguns fatores, como:
Extensão da lesão;
Estado de saúde do idoso;
Se suas comorbidades estão controladas, como diabetes, apneia do sono e hipertensão;
Quais medicações faz uso; e
Estado mental do paciente.
A estratégia cirúrgica do médico deve ser sempre relatada ao anestesista, para que ele pense no melhor tipo de anestésico que vá viabilizar uma cirurgia tranquila e sem dor, garantindo, assim, uma proteção da saúde tanto do corpo, quanto cognitiva do paciente. No SAJ, você encontra diversos anestesiologistas renomados para atender a sua cirurgia. Entre em contato e converse com a equipe médica.