Você sabia que em alguns procedimentos os pacientes permanecem acordados mesmo depois de terem sido submetidos a anestesia? A anestesia não fornece somente amnésia e inconsciência, ela também tem outras funções como imobilidade e analgesia. São situações especiais e a função do anestesiologista é que o procedimento ocorra de forma confortável, segura e tranquila. Se você se interessou pelo assunto e quer saber um pouco mais sobre, continue lendo o artigo sobre as diferentes técnicas.
Função da anestesia
A anestesia permite a realização de procedimentos cirúrgicos, diagnósticos e intervencionistas. Produz analgesia, ansiólise/inconsciência, amnésia e relaxamento muscular adequado.
Foi aproximadamente em 1800 que as substâncias anestésicas foram descobertas. Desde lá foram desenvolvidas diversas substâncias e técnicas, que objetivam dar conforto e segurança para o paciente e para o ato anestésico.
Confira algumas técnicas e para que servem!
Anestesia local:
Técnica que utiliza anestésicos locais. Em geral, utilizados para pequenos procedimentos. Os anestésicos locais podem ser administrados de forma tópica ( creme, gel, spray) ou de injetável. A administração do anestésico local não causa sonolência, entretanto impede a transmissão do impulso doloroso, permitindo a realização do procedimento. Biópsia de pele ou mama, retirada de lesões de pele, algumas cirurgias de olhos, são exemplos de procedimentos que podem ser realizados com essa técnica.
Anestesia regional:
Essa técnica bloqueia a sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, além de gerar imobilidade em uma área/ região específica como braço, perna ou metade inferior do corpo. Esta técnica também não gera sonolência. Em diversos procedimentos é comum associar sedação ou anestesia geral para que o paciente durma. Entre as anestesias regionais as mais comuns são a espinhal (raqui), peridural e os bloqueios periféricos.
O bloqueio espinhal é realizado por uma punção com uma agulha bastante fina na região lombar, através da administração de anestésico local e outras substâncias. Ele bloqueia a transmissão dos impulsos dolorosos. Pode ser usado para cirurgias feitas em membros inferiores ou de região abdominal (como na cesárea, por exemplo).
A peridural também é realizada através da punção na coluna, entretanto pode ser realizada em coluna lombar e torácica, garantindo analgesia para diversas partes do corpo. Algumas mulheres recebem uma peridural como analgesia para o parto normal. Em cirurgias plásticas esta técnica também é comumente utilizada.
Os bloqueios periféricos são técnicas modernas de anestesia, muitas vezes guiadas por ultrassom. São realizadas para algumas cirurgias ortopédicas e como adjuvantes analgésicos em alguns procedimentos.
Anestesia Geral:
Esta técnica oferece amnésia, inconsciência, analgesia e imobilidade para que o paciente não possa sentir, ver ou ouvir nada durante a cirurgia. Alguns dos medicamentos são administrados por via intravenosa, outros são gases que você respira.
O paciente também recebe dispositivos que auxiliam na respiração durante o procedimento. Entre estes dispositivos, o mais comum é o tubo traqueal. Ele é em geral inserido após o paciente estar dormindo, de forma segura, indolor e confortável. Ao final do procedimento, ele é retirado.
Esta anestesia, além de induzir ao sono, promove o relaxamento muscular, dando mais conforto ao paciente e ao cirurgião durante a cirurgia.
Uma dúvida frequente, nesses casos, é se é possível acordar durante a anestesia. Este evento é denominado despertar intra-operatório. É muito raro e sua incidência é descrita na literatura como menos de 1 paciente para 15.000 operações. Seu anestesista ajusta constantemente os medicamentos para evitar que você acorde.
Como escolher a anestesia para cada momento?
Os fatores que afetam a seleção de técnicas anestésicas apropriadas para um paciente incluem: requisitos cirúrgicos (técnica cirúrgica, posicionamento, preferência do cirurgião), duração prevista, estado de saúde do paciente e preferências do mesmo. Além disso, também, considera-se a analgesia pós-operatória e o período de internação.
Para procedimentos maiores ou prolongados, cirurgias de craniofaciais, de sistema nervoso e videolaparoscópicas (as cirurgias por vídeo) opta-se pela anestesia geral.
Procedimentos de curta duração e em geral de baixo potencial álgico para o pós operatório são realizados com infiltração local.
A anestesia regional é aplicada para procedimentos das extremidades do corpo e cirurgias abdominais. Em geral, sedativos são administrados conjuntamente com esta técnica, para que o paciente fique mais confortável e relaxado durante o procedimento.
O objetivo final da escolha da técnica anestésica é garantir a realização do procedimento cirúrgico, de forma segura, tranquila e confortável para o paciente. Em geral, a escolha é feita na avaliação pré-anestésica, que deve ser realizada por todos os pacientes que serão submetidos a alguma anestesia.
Na consulta pré-anestésica o paciente é avaliado quanto as suas doenças associadas, estado de saúde, uso de substâncias, alergias e se necessário são analisados exames complementares. É o momento de esclarecer dúvidas e definir a técnica anestésica.
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