A anestesia é um procedimento seguro desde que todas as precauções e indicações médicas sejam seguidas. Por isso, o paciente passa por uma avaliação com um médico anestesiologista. Esse profissional vai avaliar o paciente e verificar como estão suas condições físicas para receber a anestesia.
Durante essa conversa, é fundamental que o paciente seja transparente e apresente os exames solicitados, que vão revelar seu histórico clínico. Além disso, os pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos devem informar há quanto tempo, quais os tipos de medicamento e com qual objetivo. Dessa forma, o anestesiologista vai avaliar se é possível manter a prescrição ou se alguma orientação específica será necessária.
Neste artigo, você vai entender mais sobre os remédios que o paciente pode tomar antes da cirurgia. Continue com a leitura e confira!
Por que fazer uma avaliação medicamentosa?
Antes de qualquer procedimento cirúrgico, em que o paciente vai receber uma anestesia, é preciso fazer uma avaliação. Essa avaliação vai orientar o profissional sobre a necessidade de uma reconciliação medicamentosa. No processo, são obtidas e avaliadas todas as informações sobre a lista de medicamentos que o paciente usa.
O paciente deve fornecer informações completas, principalmente sobre o uso de medicamentos para o controle de doenças, como para hipertensão, diabetes e até mesmo anticoncepcionais.
A avaliação pode envolver médicos, farmacêuticos e enfermeiros, que estão no cuidado ao paciente.
A partir dessas informações, o médico poderá orientar o paciente sobre os remédios que ele poderá ou não fazer uso antes da cirurgia, no período da internação e depois que receber alta. Veja aqui como se preparar para uma cirurgia.
Reconciliação medicamentosa: como é feita?
A reconciliação medicamentosa será necessária sempre que o paciente tiver que substituir os medicamentos que utiliza.
Nesse caso, o médico, depois de entender a necessidade daquele medicamento, vai indicar outra opção ou orientar o paciente a suspender o uso.
A equipe profissional também vai avaliar a necessidade de manter os medicamentos após a cirurgia. Tanto daqueles que já estavam em uso antes da internação, quanto daqueles que começaram a ser usados no período da cirurgia.
O papel do anestesiologista será fundamental em toda a avaliação para garantir a comunicação com a equipe multiprofissional, para que a continuidade da administração seja garantida após a internação.
Nessa etapa, o comprometimento e sinceridade do paciente também é fundamental. As informações fornecidas pelo paciente ajudam a tornar a avaliação mais completa e segura.
Quais medicamentos o paciente não pode tomar antes da cirurgia?
A indicação ou não de uso de um medicamento é uma questão particular, feita de acordo com as condições físicas e de saúde de cada paciente e também de acordo com o tipo de cirurgia que será realizada. Por isso, não há uma fórmula a ser seguida e a prescrição médica deve ser feita pelo profissional que está atendendo o paciente. No entanto, alguns medicamentos são contraindicados para o uso de pacientes que vão fazer uma cirurgia. Veja quais são!
- Antiagregantes plaquetários
Ácido acetilsalicílico, clopidogrel, ticagrelor, cilostazol e ticlopidina são exemplos de antiagregantes plaquetários. Esses medicamentos são popularmente conhecidos por serem usados para “afinar o sangue” e podem ou não serem suspensos entre 5 e 7 diasantes da cirurgia, ou de acordo com a orientação médica.
- Anticoagulantes
Existem alguns tipos de coagulantes que devem ser suspensos e outros que podem continuar em uso dependendo do tipo de cirurgia. Procedimentos mais simples como: dermatológicos, dentários, endoscopias e cirurgias de catarata, em geral, não exigem a suspensão dos novos anticoagulantes. Já as cirurgias de grande porte e mais complexas exigem a suspensão de 3 a 4 dias antes da cirurgia. O anestesista fará uma avaliação de acordo com o perfil do paciente.
- Anti-inflamatórios não esteroides
Os anti-inflamatórios não esteroides, de curta duração, podem ser usados até um dia antes da cirurgia. Enquanto os de longa duração, devem ser interrompidos dentro de 48 a 96 horas antes do procedimento ou até 10 dias antes, a depender do medicamento e do tipo de cirurgia.
Controle de diabetes e/ou obesidade
Esses medicamentos orais devem ser suspensos apenas no dia da cirurgia. Se a pessoa já usa insulina, ela deve ser mantida. O médico fará a redução da dose da insulina de longa duração para diminuir o risco de hipoglicemia no momento da cirurgia.
Victoza, Saxenda, Ozempic, Trulicity, são nomes de medicações usadas para controle da diabetes e que podem auxiliar no controle do peso. O uso dessas medicações deve ser interrompido em tempo hábil a fim de esvaziar completamente o estômago. O tempo pode variar entre 48h à 10 dias.
Controle de colesterol
Os medicamentos para controle de colesterol devem ser mantidos até o dia da cirurgia. Alguns tipos podem ser usados durante a cirurgia e internação, pois ajudam a evitar a formação de coágulos e ajudam a reduzir a inflamação.
Controle de doenças reumatológicas
Alguns medicamentos, como aqueles utilizados para o controle de doenças como gota ou artrite deverão ser avaliados caso a caso. Corticoides de uso prolongado e/ ou de doses elevadas deverão ser ajustados em casos de cirurgias mais complexas. No caso de uso de imunossupressores ou imunobiológicos deverá ser avaliado a atividade da doença e planejar o tempo de suspensão e retomada das medicações.
Além desses medicamentos, os diuréticos, fitoterápicos, ansiolíticos e outros podem causar algum tipo de efeito colateral durante uma cirurgia, por isso é de extrema importância que o paciente sempre informe ao médico se está fazendo uso de algum tipo de remédio. As informações serão avaliadas pelo médico anestesiologista que estiver acompanhando o paciente.
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